Exposição de arte em Londres busca inspiração em Chico Xavier

A Obra do Espírito: Uma Exposição Solo por Tamar Guimarães

Escrito pela equipe do e-flux, traduzido por Kíria Cavalcanti

Na primeira exibição solo no Reino Unido, Tamar Guimarães apresenta o novo curta-metragem: Parade – A obra do Espírito (2011) [em inglês, The Work of the Spirit – Parade], juntamente com dois trabalhos anteriores: Canoas (2010) e Um Homem Chamado Amor (2008) [em inglês, A Man Callled Love]. A técnica baseada em pesquisas práticas lida com a encenação da história. Isto é, com a coleta e a manipulação de imagens de arquivo e texto, onde a artista investiga a relação entre cultura, trabalho e privilégio. Muitas vezes colocando em primeiro plano as estruturas sociais e de classe, as obras questionam o papel da esquerda.

A apresentação em slides faz parte da publicação Um Homem Chamado Amor (2008) [em inglês, A Man Callled Love], que descreve a vida de Francisco Cândido Xavier (1910-2002), médium brasileiro que escreveu mais 400 livros, ditados para ele por espíritos. Traçando uma relação incomun entre redenção e formas de resistência, o trabalho descreve como a versão de Xavier sobre o Espiritismo se alinhou muito nitidamente com os pontos de vista conservadores da classe dominante durante os anos da ditadura no Brasil de 1964 a 1985.

O vídeo Canoas é centrado em cima de um coquetel realizado na casa de Canoas do arquiteto Oscar Niemeyer, uma obra-prima da arquitetura modernista brasileira delimitada pela selva tropical. Neste ambiente sedutor, pode-se ouvir trechos de conversas dos convidados, que vão desde discussões sobre a qualidade do champanhe ao questionamento de observações feitas por Gilberto Freire, que dizia que “o Brasil tem um erotismo que transcende raça e classe”. A colagem de variadas partes dessas declarações serve para problematizar a rotina e hábitos dos produtores culturais.

A nova obra de Tamar Guimarães documenta o ensino do balé modernista Parade (1917), coreografado por Léonide Massine. O filme analisa a sobreposição entre o valor simbólico e econômico de obras de arte, o que levou o estado de Massine a se referir sobre a coreografia como uma “obra do espírito”.

PROGRAMAÇÃO

A exposição vai dos dias 28 de maio até o dia 17 julho de 2011

Quarta-feira dia 29 de junho das 19h00 às 21h00

DEBATE

Tamar Guiamarães vai discutir sua prática artística e seus contextos mais amplos com o historiador de arte e curador Lars Bang Larsen.

Informações aos visitantes:

Entrada gratuita. Horário: Qua-Dom de 12h00 às 18h00. Gasworks, 155 Vauxhall Street, London SE11 5RH. De metrô a estação mais próxima é: Oval/Vauxhall. Aberta até às 21h00 na última sexta-feira de cada mês, exceto feriados.

Sobre Tamar Guimarães:

A artista nasceu em Belo Horizonte, Brasil. Atualmente, Tamar vive e trabalha em Copenhagen, na Dinamarca. As exposições recentes incluem: exibição na 29º edição da Bienal e São Paulo, além de “Panorama”, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, Brasil, entre outras em vários países da Europa.


The Work of the Spirit (Parade)
A solo exhibition by Tamar Guimarães
28 May–17 July 2011

For her first solo exhibition in the UK, Tamar Guimarães presents a newly commissioned short film alongside two existing works: Canoas (2010) and A Man Called Love (2008).

Guimarães’ research-based practice deals with the staging of history. Gathering and manipulating archival images and texts, the artist investigates the relationship between labour, culture and privilege. Her speculative narratives are each rooted in competing instances of modernity, from the theatres and opera houses of 1910s London to the modernist architecture of 1950s Brazil. Often foregrounding social and class structures, they call into question the role of the left.

The slide presentation and accompanying publication A Man Called Love give an account of Francisco Candido Xavier (1910–2002), a Brazilian psychic medium who wrote over 400 books, dictated to him by the dead. Tracing an unusual relationship between redemption and forms of resistance, the work describes how Xavier’s version of Spiritism aligned all too neatly with the conservative views of the ruling class during the years of dictatorship in Brazil from 1964 to 1985.

The video Canoas centres upon a cocktail party at Oscar Niemeyer’s Casa das Canoas; a masterpiece of Brazilian modernist architecture bordered by tropical jungle. In these seductive surroundings, we overhear snippets of guests’ conversations, which range from discussions about the quality of the champagne to the questioning of Gilberto Freyre’s observation that “Brazil has an eroticism that transcends race and class.” The collaging of these fractured statements serves to problematise the habits and routines of cultural producers.

Guimarães’ new commission documents the teaching of the modernist ballet Parade (1917), choreographed by Léonide Massine. The film looks at the overlap between the symbolic and economic value of works of art, which has led the Estate of Massine to refer to choreography as a ‘work of the spirit’*.

* massine-ballet.com

RELATED EVENTS:

Wednesday 29 June, 7–9pm

IN CONVERSATION
Tamar Guimarães discusses her artistic practice and its broader contexts with art historian and curator Lars Bang Larsen.

NOTES FOR EDITORS:
• Tamar Guimarães was born in Belo Horizonte, Brazil. She lives and works in Copenhagen, Denmark.
• The artist’s recent exhibitions include The 29th São Paulo Biennial; The watchers, the liars, the dreamers, Frac Ile-de-France / Le Plateau, Paris; Panorama, Museum of Modern Art, Sao Paulo, Brazil; solo shows at David Risley Gallery, Copenhagen, at Artspace Sydney and the Institute of Modern Art in Brisbane, Australia; Bright Morning Star/ Kenneth Anger cycle, at Galeria Zé dos Bois, Lisbon, Portugal; the 7th Gwangju Biennial (Korea); the 3rd Guangzhou Triennial (China) and I know the world, Smart Project Space, Amsterdam.
• Guimarães was a studio fellow of the Whitney Independent Study Program (NY) in 2007–2008 and a research curator for the Third Guangzhou Triennial in 2008.
• With a strong reputation for discovering and introducing new international talent in London, Gasworks is committed to supporting research and production of new work by emerging artists. Through exhibitions, residencies and fellowships, Gasworks has worked with hundreds of artists from more than 60 countries around the world, including Tania Bruguera, Subodh Gupta, Renata Lucas, Goshka Macuga, Yinka Shonibare, Javier Tellez and more recently, Matthew Darbyshire, Simon Fujiwara, Mateo López, Olivia Plender, Gabriel Sierra, Lynette Yiadom-Boakye and The Otolith Group.

VISITOR INFORMATION:
Free admission. Opening times: Wed–Sun 12–6pm. Gasworks, 155 Vauxhall Street, London SE11 5RH. Nearest tube: Oval/ Vauxhall. Open late until 9pm on the last Friday of every month, except bank holidays.

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